Pequenas e Médias Empresas: Gestão de resultados

A KL do Brasil, fabricante das resistências elétricas Reymann, registra crescimento de 26% ao ano desde 2002. No período, a margem de lucro da empresa passou de 5% para 15%. Maria José do Nascimento relata que, em 2002, o processo produtivo da empresa gerou perdas que permitiriam a aquisição de três carros populares novos. Em 2008, as perdas foram reduzidas para aproximadamente R$ 20 mil. “Ainda é um número alto, mas estamos evoluindo”, diz a empreendedora. A história da KL, empresa com 80 funcionários fundada em 1995 em Peabiru, no Paraná, mudou após Nascimento, que é formada em Letras, buscar cursos de extensão universitária voltados para gestão empresarial e realizar o Empretec, curso de desenvolvimento do comportamento empreendedor ministrado pelo Sebrae. “Esses cursos me levaram ao sistema ISO 9001, que me ajudou a organizar a casa”, diz Nascimento.

Rodrigo Miranda fundou em 2002 a rede de fast food Vininha, especializada em minilanches, com o objetivo de ser uma operação 100% delivery e atender a cidade de Curitiba. Mas, em 2006, Miranda mudou a estratégia e optou por abrir lojas em pontos estratégicos da capital. Já são duas em funcionamento. O empresário pretende inaugurar outras duas ainda em 2009 e chegar a 10 até o final do próximo ano.

Para executar essa expansão, Miranda passou os últimos dois anos aprimorando a gestão de seu negócio. Criou indicadores com os quais acompanha desde o desempenho de seus fornecedores e de seus 35 funcionários, assim como a satisfação deles no emprego. E também mede o comportamento e a satisfação de seus clientes. Os indicadores são as referências para detectar problemas e implementar melhorias. “Só é possível gerenciar aquilo que se conhece”, afirma o empresário.

Miranda, que é formado em administração, passou a aprimorar seus controles após aderir ao Modelo de Excelência da Gestão (MEG), proposto pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). “Os controles me dão segurança para planejar a expansão da rede”, diz o empreendedor.

O MEG e o Empretec também auxiliaram a pedagoga Solange Nunes de Sousa e Oliveira a aprimorar a administração da Escola Professor Paulo Freire, em Salgueiro, no sertão pernambucano. Como diz a educadora, “professor faz coisa sem planejar, se joga de corpo e alma em sonhos, sem clareza de como fazer para alcançar seus objetivos”. Ela relata que o contato com técnicas de gerenciamento lhe permitiu ter uma visão mais abrangente de seu negócio, que vai do ensino fundamental à faculdade, e assim detectar falhas e oportunidades. “Antes, eu analisava a viabilidade da criação de um curso apenas vendo a demanda de Salgueiro. Agora, analiso a região e vou buscar parcerias com as prefeituras de cidades vizinhas e outras escolas para viabilizar a meta”, diz.

Solange Oliveira relata que também passou a padronizar procedimentos de professores e a criar atividades, como a Semana do Saber, que envolve alunos do ensino fundamental ao superior. Com isso, aumentou o índice de alunos da escola que se matriculam na faculdade, reduziu evasão e vem ganhando novos alunos.

O diretor técnico do Sebrae Nacional, Luiz Carlos Barboza, avalia que está havendo uma mudança de comportamento entre os pequenos empresários. “Eles estão mais preparados, buscam informação mercadológica e capacitação gerencial, o que resulta em ganho de competitividade e redução nos índices de mortalidade de empresas”, diz o executivo.

Barboza relata que essa mudança de comportamento já foi detectada por pesquisas realizadas pelo Sebrae, que apontam evolução em vários indicadores de eficiência empresarial. Por exemplo, no início da década, o planejamento era uma preocupação central para apenas 24% das pequenas empresas, agora já chega a 71%. O controle financeiro era exercido por 7% e passou a ser praticado por 36%. Iniciativas regulares de marketing serviam a 7% dos pequenos empresários, e agora são feitas por 47%; e o gerenciamento de RH, exercido por 3% dos pequenos no início da década, passou a ser adotado por 38%.

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Fonte: Por Domingos Zaparoli, para o Valor, de São Paulo.

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