Turismo é a quinta pauta de exportação no Brasil e movimentou US$ 6 bilhões em 2008

O crescimento do turismo no Brasil, as principais medidas para o setor em 2009, incluindo investimentos em infraestrutura, programas e qualificação, foram temas debatidos pelo ministro do Turísmo, Luiz Barretto, na manhã desta quinta-feira (19) em entrevista com âncoras de emissoras de rádio de todo País. Barretto falou ao Bom Dia Ministro, programa produzido pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República e transmitido via satélite. Leia abaixo os principais trechos.

Copa 2014

“Primeiro, temos que aguardar a definição da Fifa (Federação Internacional de Futebol). Temos quase dois meses para conhecer as 12 cidades definitivas dentre as 17 que desejam sediar a Copa. O governo torce por todas, aguardando a decisão exclusivamente técnica da Fifa. A partir disso, trabalharemos fortemente na preparação da Copa do Mundo de 2014.
São cinco anos que cabem perfeitamente para realizar um grande planejamento, pensar nos desafios de infraestrutura, de qualificação profissional e de promoção do Brasil no exterior. A Copa movimenta mais de meio milhão de turistas, mais de 20 mil jornalistas, e tem um momento prévio que também é muito importante. Há questões específicas, como receber bem uma seleção, a exigência de campos técnicos para fazer os treinos anteriores, uma certa privacidade. A hospedagem de um conjunto grande de jornalistas desses países que ficarão no grupo de Belo Horizonte ou no grupo de Brasília. Portanto, é um desafio, mas tenho certeza que nos próximos anos é possível trabalhar a infraestrutura e todas as questões necessárias. O Ministério está à disposição para realizar os estudos técnicos e fazer as intermediações necessárias no contato com a Fifa e com as seleções. Tenho certeza que a Copa do Mundo é uma grande janela de oportunidades para todo o Brasil.”

Desafios para a Copa

“Temos três grandes desafios: qualificação profissional, infraestrutura turística e hoteleira e a promoção. O da qualificação é um dos temas mais importantes. Assinamos recentemente um primeiro convênio com a Fundação Roberto Marinho, que vai treinar 80 mil jovens nas línguas inglesa e espanhola. São R$ 14 milhões de investimentos nessa área e começaremos por duas capitais brasileiras, Salvador e Rio de Janeiro, estendendo depois para todas as principais cidades indutoras do turismo. Firmamos com a Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, um convênio para tratar do planejamento nosso em relação à Copa do Mundo. Nossa meta é ter 65 destinos de alto padrão de qualidade até 2014. Aplicamos mais de R$ 40 milhões em 2008 no tema da qualificação profissional. Ano passado, mais de cinco milhões de turistas estrangeiros deixaram quase US$ 6 bilhões, consolidando o turismo como a quinta pauta de exportação brasileira. Portanto, temos grandes desafios pela frente, mas tenho certeza que, com muito e sforço, mobilização, parceria com a iniciativa privada, prefeituras e os governos estaduais, vamos vencer esse desafio e transformar a Copa do Mundo não só num sonho, mas numa grande realização para o Brasil e para todo o turismo brasileiro.”

Qualificação

“A qualificação profissional é um desafio permanente. Alcançamos enormes progressos nos últimos anos. Se olharem o que era o turismo brasileiro há 5, 6, 10 anos atrás, vão notar a grande mudança e para melhor. Melhoramos a qualidade do receptivo turístico. Foi feito um conjunto grande de parcerias com os estados e municípios, com os setores hoteleiro e de transporte. Entregamos certificados no ano passado para mais de 500 taxistas que receberam treinamento nessa área.. São Paulo, que é uma grande porta de entrada do turismo de negócios, é hoje a oitava cidade do mundo em captação de eventos e a primeira das Américas. O Brasil se consolida hoje como grande, não só no turismo de lazer, de sol e de praia, mas no turismo de negócios e de eventos. Uma característica que facilita muito é a hospitalidade brasileira, um diferencial no nosso turismo. Mas certamente nesse mundo globalizado, onde a competição é muito grande, precisamos trabalhar permanentemente o tema da qualificação.”

Viaja Mais Melhor Idade

“É um programa muito importante para períodos de baixa ocupação. Criado em 2007, privilegia pessoas acima de 60 anos, aposentadas ou não, com uma grande linha de financiamento através do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, entre dez e12 parcelos com juros abaixo de 1%. Conseguimos cadastrar quase dois mil hotéis e meios de hospedagem que ofertam na boca do caixa 50% de desconto. É um programa que veio para ficar. Funciona, e bem, em parceria com a Braztoa, o sindicato das operadoras de turismo. Tínhamos perspectiva de vender 50 mil pacotes ano passado e vendemos mais de 180 mil. É fundamental para rodar a cadeia do turismo nos períodos de baixa ocupação e, por outro lado, beneficiar aqueles cidadãos brasileiros que, ao longo de toda a vida, trabalharam muito e merecem um descanso, uma viagem. Eles podem realizar turismo fora das férias. Portanto, é uma vantagem. Há também uma segunda modalidade desse programa: se a pessoa não quer um pacote, pode ir direto a uma rede de hotéis. No http://www.viajamais.com.br há todas as informações do programa. Distribuímos também um guia nas agências da Caixa Econômica, que oferece as explicações desse programa. Esse é um programa que trabalha não só com lazer, mas também com a possibilidade da nossa terceira idade se movimentar.”

Brasil no exterior

“Temos tido êxito na promoção do Brasil no exterior. Houve um crescimento da entrada de turistas ano passado. Foram mais de cinco milhões de estrangeiros que freqüentaram o Brasil e deixaram aqui US$ 5,8 bilhões de entrada de divisas – um recorde. Consolidou o turismo como a quinta principal pauta de exportação brasileira e a primeira na área de serviços. A Embratur tem feito um grande trabalho nos 12 mercados emissores de turistas para o Brasil. A primeira dificuldade é a localização. Embora com belezas naturais, rica cultura e de todas as potencialidades, o Brasil está no Hemisfério Sul. Portanto, entre 10 e 12 horas dos principais emissores de turismo no mundo, que são Europa e os Estados Unidos. Isso já é um limitador. A Organização Mundial do Turismo estima que apenas 30% das viagens do mundo são aquelas acima de cinco horas de vôo. Sendo assim, o Brasil não disputa 100% do mercado mundial, porque está na longa distância. Precisamos atuar, ainda, na infraestrutura aeroportuária. Trabalhamos para aumentar o número de vôos, por que todo turismo de longa distância é feito via aérea. O tema da segurança é outra questão importante e acredito no trabalho dos governadores dos estados para melhorá-la. Vamos trabalhar fortemente a integração com os países da América do Sul. Temos uma vantagem, que é ter um grande mercado interno de quase 100 milhões de consumidores. O Brasil teve um grande crescimento da classe média nos últimos anos, com uma parcela significativa da população que, hoje, pode acessar vários bens de consumo, incluindo turismo.”

Fonte: Secom DF/Planalto

Taxa de empregados que inovam nas empresas é muito baixa

Brasília – No Brasil a cultura do intra-empreendedorismo ainda precisa ser mais bem assimilada. Segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2008, realizada pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) e que tem o Sebrae como um dos parceiros, a taxa de intra-empreendedorismo no Brasil é de apenas 0,6%.

Intra-emprendedor ou empreendedor corporativo é o funcionário que exerce liderança e estimula a inovação dentro das empresas. Ele está à frente de processos como criação de novos produtos e serviços, abertura de filiais e planejamento de ações no mercado.

Ao diferenciar a figura do intra-empreendedor do empreendedor, a GEM coloca argumentos que talvez expliquem a pequena difusão do empreendedor corporativo no meio empresarial brasileiro. Segundo o estudo, ao atuar como intra-empreendedor, o empregado está subordinado à cultura corporativa de onde trabalha.

De acordo com o gerente nacional de Atendimento do Sebrae, Enio Pinto, “as empresas precisam criar ambientes adequados ao surgimento do intra-empreendedor”. “Muitas pessoas nascem empreendedoras, mas são tolhidas ao longo da vida pela sociedade”, ressalta.

A pesquisa também destaca que 64% dos intra-empreendedores participam de atividades a convite ou dos superiores ou de colegas de trabalho. Essas novas atividades assumidas reúnem os intra-empreendedores em duas fases do processo: concepção de uma idéia (85%) e planejamento e execução do projeto (68%).

Conforme a GEM, os intra-empreendedores tendem a desempenhar um papel um pouco menos expressivo no desenvolvimento das idéias. As pessoas ouvidas pela pesquisa sinalizam que é mais significativo o momento do planejamento e da exploração das idéias (70%).

O estudo ainda mostra que 70% das pessoas entrevistadas não acreditam existir risco pessoal de se envolver com uma nova atividade. Outro ponto informado é que a principal inovação desenvolvida pelos intra-empreendedores pesquisados se relaciona a atividades usuais na empresa (94%), de caráter predominantemente incremental, típico das atividades empreendedoras desenvolvidas no País, como aplicação de ferramentas de gestão da qualidade, mudanças em política de Recursos Humanos e melhoria em produtos, como mudança de embalagem.

Metodologia

A pesquisa GEM é executada há nove anos no País pelo IBQP com patrocínio do Sebrae e do Sesi-Senai, apoio técnico da Universidade Positivo, apoio institucional da PUC do Paraná e coordenação internacional da London Business School, do Babson College e da Gera (pessoa jurídica responsável pela pesquisa GEM).

A GEM mede as taxas de empreendedorismo mundiais, reunindo dados estatísticos de 43 países. O estudo é referência internacional. Seus conteúdos contribuem para o desenvolvimento de ações em benefício dos empreendedores no mundo inteiro.

Para avaliar o nível da atividade empreendedora de cada país, entrevistam-se membros da população adulta (18 a 64 anos de idade), selecionados por meio de amostra probabilística de cada país participante. Os empreendedores identificados são classificados conforme seu estágio empresarial, sua motivação para empreender e suas características demográficas. Em 2008, foram entrevistadas duas mil pessoas no Brasil e 124.721 pessoas no mundo.

Fonte: Marcelo Araújo/Agência Sebrae de Notícias. Foto: Ronaldo Guimarães.

Brasil é um dos três mais empreendedores do G-20

São Paulo – O Brasil é o terceiro mais empreendedor entre os países que fazem parte do G-20, atrás apenas da Argentina e do México. A informação consta da edição 2008 da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, a GEM 2008, que mede as taxas de empreendedorismo mundial. A Rússia é o país com a menor Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) entre todos os membros do G-20.

A Argentina obteve uma taxa de 16,5%; em seguida, o México, com 13,1%; e o Brasil, em terceiro, com 12,02%. A Rússia registrou taxa de 3,49%.

Pela primeira vez em nove anos, a GEM Brasil opta por utilizar o G-20 como recorte analítico. A escolha foi motivada pela posição do País como presidente atual do G-20, que é formado pelos ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais de 19 países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. A União Européia também é membro, representada pelo presidente rotativo do Conselho da União Européia e pelo presidente do Banco Central Europeu.

Juntos, os países-membros representam cerca de 90% do Produto Interno Bruto mundial e 80% do comércio internacional (incluindo o comércio interno da UE), e 81,24% do total de pessoas empreendendo no mundo.

Não participaram da pesquisa Austrália, Canadá, China, Indonésia, Arábia Saudita e União Européia (que tecnicamente não é um país, mas tem assento no G-20). Para o diretor-técnico do Sebrae Nacional, Luiz Carlos Barboza, a utilização dos países do G-20 permite uma análise mais consistente do empreendedorismo no País, já que a comparação é realizada com países que têm crescimento e desenvolvimento muito parecidos com o Brasil, os chamados emergentes.

“O Brasil já passou pela fase de altas taxas de empreendedorismo, característica de países muito pobres, como Bolívia, Peru, Angola. Nós estamos no mesmo patamar do México, Chile e Uruguai”, afirma o diretor. A TEA apresentada pelo Brasil em 2008 (12%) ficou próxima das taxas obtidas por Uruguai (11,90%) e Chile (13,08%) e semelhante também às apresentadas por Índia (11,49%) e México (13,1%).

Os países representados pelo G-20 possuem uma característica que também é encontrada no conjunto total de países da pesquisa GEM 2008. Os países considerados mais desenvolvidos obtiveram taxas de empreendedorismo mais baixas que os países do grupo com desenvolvimento relativamente menor. Os Estados Unidos são a exceção, pois é desenvolvido, mas apresenta taxas de empreendedorismo semelhantes às dos países de estágio de desenvolvimento intermediário, como o Brasil. O G-20 apresenta uma TEA média de 8,4%, enquanto a média geral da pesquisa GEM é de 10,5%.

“É uma pena que a China não tenha participado da pesquisa este ano. Os chineses representam metade dos empreendedores em todo o mundo”, diz Luiz Carlos Barboza. Segundo ele, o empreendedorismo no mundo dependerá nos próximos anos do contingente de desempregados e de políticas para a criação de empreendimentos inovadores. “Com um grande desemprego, as pessoas irão empreender por necessidade, o que não é nada bom. Precisamos incentivar a inovação e a educação empreendedora”.

México

Talvez por isso, o México tenha sido um dos destaques da pesquisa. Num curto período de apenas dois anos, o nível de empreendedorismo em estágio inicial no México subiu expressivamente, de 5,3% em 2006 para 13,3% em 2008.

Outra mudança importante ocorreu no nível de empreendimentos já estabelecidos (mais de 3,5 anos no mercado), que subiu de 2,3% em 2006 para 4,9% em 2008. O empreendedorismo em estágio inicial alcançou 13,3% (9,3% de empreendedores nascentes e 4% de novos empreendedores), enquanto os empreendimentos já estabelecidos alcançaram 4,9% da população adulta. Os empreendedores nascentes são aqueles que estão à frente de negócios em implantação e os novos, aqueles cujos negócios já estão em funcionamento e geram remuneração por pelo menos três meses.

Muito deste crescimento se deve, segundo os organizadores da pesquisa, às políticas públicas do governo mexicano. O Congresso do México aprovou recentemente três importantes reformas estruturais que vinham sendo adiadas nos últimos anos. A primeira é a reforma tributária, que possibilitará ao governo aumentar a arrecadação e evitar a sonegação. A segunda é a reforma do Instituto de Seguridade Social para Funcionários Públicos (SSSTE), que o transformou numa organização economicamente sustentável. A terceira foi a reforma da Pemex, estatal petrolífera mexicana, que deu independência para a empresa tomar suas próprias decisões de investimento.

Além disso, nos últimos anos, o governo fortaleceu as políticas públicas para incentivo ao empreendedorismo e às médias e pequenas empresas. O Sistema Nacional de Incubadoras de Negócios foi avaliado e incrementado para apoio na adoção das melhores práticas do mercado internacional.

Novos países

O Brasil continua com uma TEA superior à média dos países observados pela pesquisa GEM, que foi de 10,48%. Ao analisar a média histórica do Brasil em relação à média dos demais países participantes da pesquisa, a TEA média brasileira de 2001 a 2008 é de 12,72%, contra uma TEA média de apenas 7,25%. Isso reforça que o Brasil é um país de alta capacidade empreendedora e que, na média entre 2001 e 2008, o brasileiro é 75,6% mais empreendedor que os outros.

A entrada de novos países no ranking mundial de empreendedorismo realizado pela GEM 2008, como Bolívia, Angola, Macedônia e Egito, fez com que o Brasil, pela primeira vez desde que a pesquisa foi iniciada, ficasse fora do grupo dos dez países com maiores taxas de empreendedorismo. O Brasil em 2008 passou a ocupar a 13ª posição no ranking geral mundial (entre os 43 países pesquisados).

O Luiz Carlos Barboza destaca que a Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) brasileira está relativamente próxima da média histórica brasileira, que é de 12,72%. “Não caímos no ranking porque continuamos tendo uma TEA entre 12 e 13%, como nos anos anteriores”.

Os países da América Latina e Caribe foram os mais empreendedores na rodada da Pesquisa GEM em 2008. A Bolívia ficou em primeiro lugar, com uma TEA de 29,82%, o que significa que um em cada três bolivianos desempenhou alguma atividade empreendedora. O Peru ocupou o segundo lugar no ranking, com uma TEA de 25,57%, ou seja, um em quatro peruanos realizou atividades empreendedoras. No outro extremo do ranking, pode-se observar que os últimos lugares foram ocupados por países desenvolvidos, como a Bélgica em último lugar, precedida por Rússia e Alemanha.

Número de empreendedores

Um dado interessante é em relação ao número de empreendedores estimado para cada país. Quando se considera essa abordagem, a posição dos países no topo e na base do ranking se altera. A Índia é o país com a maior população de indivíduos desempenhando alguma atividade empreendedora. São 76,04 milhões de empreendedores. Em seguida vêm os Estados Unidos com 20 milhões e, em terceiro, o Brasil, com 14,6 milhões. Por características do próprio povo, os Estados Unidos são o único país desenvolvido que figura entre os cinco primeiros no quesito número de empreendedores.

Do outro lado do ranking, está a Islândia, com 18 mil empreendedores, a Eslovênia, com 86 mil e a Letônia, com 96 mil pessoas empreendendo. A pesquisa mostra também que para cada empreendedor na Islândia existem 4.224 empreendedores na Índia e 813 empreendedores no Brasil.

Metodologia

A pesquisa GEM é executada há nove anos no País pelo IBQP com patrocínio do Sebrae e do Sesi-Senai, apoio técnico da Universidade Positivo, apoio institucional da PUC do Paraná e coordenação internacional da London Business School, do Babson College e da Gera (pessoa jurídica responsável pela pesquisa GEM).

A GEM mede as taxas de empreendedorismo mundiais, reunindo dados estatísticos de 43 países. O estudo é referência internacional. Seus conteúdos contribuem para o desenvolvimento de ações em benefício dos empreendedores no mundo inteiro.

Para avaliar o nível da atividade empreendedora de cada país, entrevistam-se membros da população adulta (18 a 64 anos de idade), selecionados por meio de amostra probabilística de cada país participante. Os empreendedores identificados são classificados conforme seu estágio empresarial, sua motivação para empreender e suas características demográficas. Em 2008, foram entrevistadas duas mil pessoas no Brasil e 124.721 pessoas no mundo.

Fonte: Beth Matias/Agência Sebrae de Notícias. Foto: Enio Tavares.

Jovem brasileiro é o terceiro mais empreendedor do mundo

Brasília – Os jovens brasileiros estão empreendendo mais. É o que revela a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2008. Do total de jovens entre 18 e 24 anos no Brasil, 15% empreendem, o equivalente a 3,82 milhões de pessoas. Para se ter uma idéia do crescimento, a taxa média de empreendedorismo jovem entre 2001 e 2008 ficou em 11,9%. Do total de empreendedores brasileiros, 25% são jovens, o que coloca o País em terceiro lugar no ranking mundial, atrás apenas do Irã (29%) e da Jamaica (28%).

Outro dado muito importante é que 68% dos jovens empreendem por oportunidade e 32% por necessidade, o que aponta uma qualificação maior dos mais novos ao entrar no mercado para abrir uma empresa.

Na interpretação de Enio Pinto, gerente de nacional de Atendimento Individual do Sebrae, o alto índice de jovens empreendendo por oportunidade aponta que esses candidatos a empresários ascenderam a um patamar qualitativo. “Os jovens estão identificando melhor nichos de atuação e refletindo mais sobre como empreender”, diz o gerente.

Enio assinala a sintonia do Sebrae na criação de produtos para o público jovem, como o jogo virtual Desafio Sebrae, que incentiva o empreendedorismo entre universitários por meio da gestão de uma empresa virtual; o Prêmio Técnico Empreendedor, que contempla iniciativas de empreendedorismo em instituições de ensino técnico e tecnológico; e o Junior Achievement, que leva o conhecimento sobre empreendedorismo para grades curriculares das escolas de ensino médio e fundamental.

Para Simara Greco, do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade, responsável técnica pelo estudo, a alta taxa de jovens empreendedores aponta a importância de ações específicas para o grupo. “Há um espaço aberto para o desenvolvimento de políticas públicas, pois os jovens que empreendem estão entrando com muita força no mercado”.

De acordo com a GEM 2008, em países que apresentam baixo nível de distribuição de renda, o jovem é obrigado a entrar cedo no mercado de trabalho para aumentar a renda familiar. Nesses lugares, há predominância do jovem empreendedor por necessidade, em atividades de baixa produtividade. Por falta de emprego formal, esse jovem busca no empreendedorismo uma opção de trabalho e renda.

Perfil

A GEM 2008 mostra que o jovem empreendedor por necessidade tem renda concentrada na faixa de um a três salários mínimos e nível de escolaridade de cinco a 11 anos. Eles desempenham principalmente serviços orientados ao consumidor (70%), em segmentos como comércio e alimentação, seguidos do setor de transformação (30%), em trabalhos como pequenas atividades de manufatura e industriais.

Enquanto isso, o jovem empreendedor por oportunidade diferencia-se por dispor de uma renda maior (36% até três salários mínimos; 34% de três a seis salários) e uma escolaridade maior, sendo que 25% estão cursando ou já terminaram o nível superior. Em geral, iniciam seus negócios com atividades mais especializadas, por conta de um nível maior de qualificação e renda.

Os jovens empreendedores por oportunidade participam com mais intensidade de serviços orientados à empresa (19%), uma vez que esse tipo de trabalho exige maior nível de qualificação e formação. “O jovem universitário, por exemplo, frente à escassez do trabalho formal, abre seu negócio em serviços especializados, tais como contabilidade, apoio jurídico, suporte de informática e outros”, exemplifica Simara Greco, responsável técnica pela pesquisa GEM.

Mais velhos

Em contrapartida à significativa presença de empreendedores jovens na economia, o Brasil possui um dos menores índices de participação do adulto de meia idade (55-64 anos) no empreendedorismo (3%). Coloca-se na 40ª posição entre os 43 países analisados na GEM. Essa faixa etária também apresenta reduzida participação em países como os da América Latina e BRIS (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul).

Conforme o estudo realizado pelo IBQP, esse é um segmento que não se lança no empreendedorismo de risco, por conta de fatores como o baixo nível de renda, a baixa escolaridade, a qualidade de vida precária e a aposentadoria ou poupança acumulada comprometida com o orçamento familiar e a manutenção de filhos e netos. A tendência de universalização da Previdência Social é outro fator que desestimula o empreendedorismo nesta faixa etária, pois garante a sobrevivência do grupo.

A taxa de empreendedorismo na faixa etária de 55 a 64 anos em 2008 é de 3%, inferior à média do período entre 2001e 2008 que foi de 5,5%. O adulto de meia idade, que em 2001 compunha 10,5% dos empreendedores brasileiros, hoje representa somente 3,4%.

Metodologia

A pesquisa GEM é executada há nove anos no País pelo IBQP com patrocínio do Sebrae e do Sesi-Senai, apoio técnico da Universidade Positivo, apoio institucional da PUC do Paraná e coordenação internacional da London Business School, do Babson College e da Gera (pessoa jurídica responsável pela pesquisa GEM).

A GEM mede as taxas de empreendedorismo mundiais, reunindo dados estatísticos de 43 países. O estudo é referência internacional. Seus conteúdos contribuem para o desenvolvimento de ações em benefício dos empreendedores no mundo inteiro.

Para avaliar o nível da atividade empreendedora de cada país, entrevistam-se membros da população adulta (18 a 64 anos de idade), selecionados por meio de amostra probabilística de cada país participante. Os empreendedores identificados são classificados conforme seu estágio empresarial, sua motivação para empreender e suas características demográficas. Em 2008, foram entrevistadas duas mil pessoas no Brasil e 124.721 pessoas no mundo.

Fonte: Marcelo Araújo/Agência Sebrae de Notícias. Foto: Divulgação.

Brasil precisa continuar com alta taxa de empreendedorismo

Presidente do Sebrae Paulo Okamotto, durante lançamento da pesquisa GEM em São Paulo

São Paulo – O Brasil precisa continuar mantendo uma taxa de empreendedorismo nos próximos anos em torno de 12% porque é um país onde há oportunidades de negócios, acredita o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. O desafio, segundo ele, é manter essa taxa com elevados índices de empreendimentos por oportunidade e inovadores.

“O Brasil está muito bem na foto em termos de empreendedorismo. Precisamos agora investir em políticas para ajudar os empreendedores a serem inovadores também. Somos diferentes de países subdesenvolvidos, que têm altas taxas de empreendedorismo por falta de políticas de emprego”, afirma o presidente do Sebrae, que esteve em São Paulo nesta terça-feira (17) para participar da divulgação da pesquisa Global Entrepeneurship Monitor, a GEM 2008, que mede o nível de empreendedorismo em 43 países no mundo.

De acordo com a GEM, a Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) brasileira manteve-se em torno de 12%, índice semelhante ao de nações como os Estados Unidos e outros países desenvolvidos. De 2001 a 2008, a TEA média brasileira foi 75% mais alta do que a média de todos os países participantes do estudo. Entre os 15 países do G-20 – grupo das 20 maiores economias do mundo – presentes no levantamento, o Brasil ocupou a terceira posição em empreendedorismo.

O diretor-técnico do Sebrae, Luiz Carlos Barboza, acredita que utilização dos países do G-20 permite uma análise mais consistente do empreendedorismo no País, já que a comparação é realizada com países que têm crescimento e desenvolvimento muito parecidos com o Brasil, os chamados emergentes.

A pesquisa revela também que, pela primeira vez em nove anos (desde que foi criado o estudo no Brasil), inverteu-se a proporção entre as pessoas que empreendem por necessidade e oportunidade. Para cada brasileiro que empreende por necessidade, há dois que o fazem por oportunidade.

Para o economista da Fundação Getúlio Vargas Marcelo Néri, que comentou a pesquisa, o aumento na qualidade do empreendedorismo revela um amadurecimento do empreendedor brasileiro. “Depois de tantas crises vividas, o brasileiro está mais acostumado a enfrentar os desafios. Somos como o Ayrton Senna (tricampeão mundial de automobilismo, morto em 1994): corremos melhor na chuva. Eu imagino como está agora um empreendedor na Islândia”.

A crise econômica que assolou grande parte do mundo, de acordo com Okamotto, pode gerar novas oportunidades para alguns setores da economia brasileira. “A crise está afetando alguns setores, mas está gerando emprego em outros, como o setor de supermercados”.

Fonte: Beth Matias/Agência Sebrae de Notícias. Foto: Vinícius Fonseca

Previsão de crescimento para os supermercados em 2009

delfimnettoEm palestra realizada na APAS, em parceria com a Gateway Security, o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto apresentou previsão de crescimento entre 3% e 7% para o segmento.

Apesar das previsões otimistas, as margens de lucro continuarão baixas. Além das vendas, as empresas precisam investir na eficiência operacional para manter a competitividade.

Fonte: Versatil Comunicação. Foto: Antonio Milena, Veja, Editora Abril.

Bom dia e bom trabalho.